sexta-feira, 11 de junho de 2010

As irmãs Teresianas em S. Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é um arquipélago localizado a 200 Km da costa do Gabão, no Golfo da Guiné. O País é formado por duas ilhas principais – São Tomé, a maior, com cerca de 834 Km onde e encontra a capital do país com o mesmo nome, e a ilha do Príncipe com 128 Km com um total de 170 mil habitantes.

O país, independente politicamente desde 1975 continua economicamente dependente, pois vive de importações e com uma economia fortemente debilitada pela diminuição da produção e comércio do cacau e café, os seus produtos de exportação. A esta situação de per si difícil, soma-se hoje o aumento do petróleo no mercado internacional com as suas consequências nefastas no aumento do custo de vida nesta ilha que necessita importar a maioria absoluta dos produtos de primeira necessidade: produtos alimentícios, têxteis, calçados, medicamentos, materiais de construção, combustíveis, etc.

As ilhas de São Tomé e Príncipe perdidas neste imenso mar azul são de uma beleza natural própria do seu Criador que colocou nelas uma exuberante vegetação regada por numerosos rios. A Companhia à convite do Sr. Bispo D. Abílio Ribas, chegou em 1989 e estabeleceu-se na ilha de São Tomé, em Angolares, Distrito de Caué, zona sul. Apenas conhecer a situação real da extensa zona as Irmãs compreenderam que só através da
Educação Integral, e de maneira muito especial da mulher, se poderia conseguir outras vias de  desenvolvimento sócio-económico. Também viram que, o facto de o único Centro de Ensino Secundário Básico da zona estar sediado em Angolares deixava a maioria absoluta das meninas das famílias sem recursos residentes nas Roças mais afastadas e de difícil acesso, apenas com a 4ª classe de primária sem a  possibilidade de continuar.

Foi assim que as Irmãs começaram a sonhar com um Centro Social de acolhimento que funcionaria em regime de internato durante o tempo lectivo para além de outras actividades. Com ajuda da Providência que foi suscitando benfeitores: C.E.I, Misereor, S.Pedro Claver, a Companhia e pessoas de boa vontade, a construção começou em 1992 e depois de muitos contratempos, o Centro Social: “Centro Teresiano de Educação e Promoção da Mulher” – Zona Sul, em outubro de 1996 abriu as suas portas ao primeiro grupo:  10 meninas provenientes das Roças de Porto Alegre, Emolve, Ribeira Peixe e Dona Augusta. E como diz a Santa Madre “todos os princípios são penosos” verdadeiramente os nossos princípios foram muito penosos, dificuldades de toda ordem: de saúde, económicas, comunicação, etc, etc.

O CENTRO SOCIAL DE ANGOLARES oferece às meninas um ciclo de Formação – Educação – Promoção por um período de quatro anos lectivos com três aspectos:
  • Ensino Secundário Básico no único Centro de Ensino Oficial da Zona Sul;
  • Áreas Complementares de Formação Humana, Moral e Cristã a receberem no Centro;
  • Formação Profissional Inicial:
  • Corte e costura,
  • Malhas e bordados,
  • Noções básicas de Administração doméstica,
  • Noções básicas de avicultura,
  • Noções básicas de serviços primários de higiene e saúde.
Com 31 meninas de 10 a 15 anos de idade a frequentarem a 5ª, 6ª, 7ª e 8ª classes. E uma menina órfã de pai e mãe a 3ª classe. O Centro também dá assistência alimentar e apoio escolar a 5 meninos órfãos. As primeiras finalistas do Centro de Angolares foram enviadas à Angola, duas já regressaram com o INE ou  Curso Médio de Magistério feito e estão a trabalhar. Outras duas terminam também o INE neste ano.
Perante o aumento de número de meninas do Centro de Angolares a 23 terminar 8ª classe, a impossibilidade de continuar a envia-las a Angola e o pedido insistente dos familiares e as próprias meninas preparou-se um novo Centro Social e desta vez na capital, cidade de São Tomé, sede do único Liceu Nacional do País.
Assim o: CENTRO SOCIAL DE SÃO TOMÉ acolhe as meninas que terminando o Ensino Básico em
Angolares querem continuar os estudos Liceais, oferecendo-lhes a oportunidade de: um Ciclo de
Formação – Educação – Promoção por um período de três anos lectivos com o seguinte currículo:
  • Ensino Médio ou pré-universitário no Liceu Nacional.
  • Formação Humana, Moral e Cristã no Centro e na Paróquia.
  • Preparação Profissional em Instituições oficias ou privadas nos domínios de:
  • Informática
  • Contabilidade
  • Corte e Costura
  • Croché e Bordados
  • Culinária e Pastelaria.
Com 12 jovens dos 16 aos 21 anos de idade a frequentarem a 9ª, 10ª, e 11ª classes. Das quais:
  • Uma frequenta um Curso de Corte e Costura Profissional.
  • Duas, o Curso de Informática.
  • Uma, o Curso de Contabilidade.
  • Duas, o Curso de Inglês e
  • Uma, o Curso de Francês.

São Tomé e Príncipe, terra abençoada como os próprios a chamam, é uma terra onde a riqueza de uns  poucos começa a contrastar com o aumento da pobreza em muitos pela corrupção que vai em aumento.
Ser jovem em São Tomé neste momento significa não ter esperança de se integrar socialmente; significa não ter nenhuma perspectiva de vida em relação ao futuro, sobretudo o jovem da Roça. Isto pode traduzir-se em insatisfação e pouco apreço pela vida, o que constitui um desafio.

Comunidades de Angolares e São Tomé.

2 comentários:

  1. SOU MARIA JUNQUEIRA ASSISTENTE SOCIAL E GOSTARIA DE FAZER PARTE DESTE GRUPO, SOU BRASILEIRA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS.
    AGUARDO CONTATO
    OBRIGADA UM ABRAÇO
    MARIA JUNQUEIRA

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  2. Sou religiosa da Companhia de Santa Teresa de Jesus, conhecida por Irmãs Teresianas, vivo fora de África e conheço este Centro de Formação ou Promoção da Mulher. A minha inquietação é que o Projecto vai decaindo por falta de apoio que garantam a continuidade do referido Centro.
    Lanço o apelo a quem se sentir vocacionado/a a acudir até mesmo a nível de formação em alguma das áreas que o Centro oferece.
    No entanto, esperemos pelo fim do estado de confinamento a que estamos todos sujeitos nesta fase de pandemia provocada pelo coronavirus.

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